Eu não sou mais quem eu era em 2021

Eu não sou mais quem eu era.  
E isso não é uma frase solta — é uma verdade que pulsa em mim.  
Há quatro anos, eu carregava certezas frágeis, medos disfarçados de gentileza,  
e uma vontade quase desesperada de ser aceito.  

Eu me moldava aos espaços, às pessoas, às expectativas.  
Dizia o que esperavam ouvir.  
Fazia o que não me fazia bem.  
Me calava para não incomodar.  

Mas o silêncio me corroía.  
A cada concessão, eu perdia um pedaço de mim.  
A cada sorriso forçado, eu enterrava uma verdade.  
A cada “sim” que queria ser “não”, eu me afastava da minha essência.  

Então, algo mudou.  
Não de repente, mas como uma semente que germina no escuro.  
Comecei a me ouvir.  
A questionar.  
A confrontar.  

Descobri que não precisava caber em moldes antigos.  
Que não era obrigado a carregar versões de mim que já não me representavam.  
Que mudar não era traição — era sobrevivência.  

Fui me despindo das máscaras.  
Fui me afastando de lugares que me diminuíam.  
Fui me aproximando de mim.  

E não foi fácil.  
A mudança trouxe dor, trouxe perdas, trouxe rupturas.  
Mas também trouxe luz.  
Trouxe força.  
Trouxe liberdade.  

Hoje, eu sou feito de escolhas conscientes.  
De limites claros.  
De verdades ditas em voz alta.  

Não sou mais quem eu era.l  
E não quero ser.  
Porque o que sou agora é fruto de tudo o que enfrentei,  
de tudo o que deixei para trás,  
de tudo o que escolhi ser.  

Sou processo.  
Sou caminho.  
Sou presença.  

E se alguém me reencontrar esperando o antigo,  
vai se surpreender com o novo.  
Porque eu não volto.  
Eu avanço.  

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