A vida, tentarei não ser levado por ela
A frase de Sêneca faz muito sentido para mim: “A duração da minha vida não depende de mim. O que depende é que eu não percorra de forma pouco nobre as fases dessa vida; devo governá-la, e não ser levado por ela.” Isso tem tudo a ver com o estoicismo, uma filosofia que ensina que existem coisas que podemos controlar e outras que não estão nas nossas mãos.
Por exemplo, eu não posso decidir quanto tempo vou viver. Isso não depende de mim. Mas posso escolher como viver esse tempo. Posso decidir se vou agir com coragem, honestidade, respeito e sabedoria. Posso escolher se vou ser alguém que se deixa levar pelos acontecimentos ou alguém que toma as rédeas da própria vida.
Ser estoico é entender que a liberdade verdadeira está em usar a razão para fazer boas escolhas. Quando eu penso antes de agir, quando decido com consciência o que quero ou não quero, estou exercendo minha liberdade. Se eu não faço isso, acabo sendo guiado por impulsos, por outras pessoas ou pelas circunstâncias — e aí não sou eu quem está no controle.
A autonomia, ou seja, a capacidade de decidir por mim mesmo, é o que mostra que sou livre. E se sou livre, sou também responsável pelas minhas atitudes. Por isso, quero viver de forma virtuosa, buscando o bem não só para mim, mas também para os outros. Mesmo que eu não saiba quanto tempo tenho, posso fazer com que esse tempo valha a pena. Posso viver com propósito, com dignidade e com respeito à minha própria humanidade — até o fim da minha vida.
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