Não deixei de ter fé, apenas me afastei de antigas idéias

Há muito tempo eu penso sobre religião. Sempre achei esse assunto difícil, então esperei até me sentir mais maduro para falar sobre isso. Agora, quero compartilhar o que acredito — não para brigar com ninguém, mas para mostrar o que vai no meu coração. Espero que as pessoas vejam que estou sendo sincero.

Eu acredito em um só Deus. Só isso. Não sigo nenhuma igreja específica, nem acredito em religiões que dizem que só elas estão certas. Acredito que depois da vida pode existir algo bom, uma felicidade maior. Mas o mais importante pra mim é viver bem agora.

Pra mim, ser religioso não é decorar rezas ou seguir regras complicadas. É fazer o bem. É tratar todo mundo com respeito, ser justo, ajudar quem precisa e tentar deixar o mundo melhor. Isso é o que eu chamo de fé.

Não acredito em religiões que usam o medo pra controlar as pessoas. Acho errado quando alguém finge acreditar só pra agradar os outros ou ganhar dinheiro. Quando você mente sobre o que sente de verdade, isso te machuca por dentro. E quando alguém vira líder religioso só pra lucrar, isso é ainda pior.

Durante muitos anos, fui pastor. Percebia de perto a preocupação de antigos colegas pastores com o dinheiro, posição, poder e status. Mas vivi momentos lindos, vi pessoas se transformando, encontrei fé verdadeira em muitos corações. Mas também vivi situações muito difíceis, que me fizeram parar e pensar (situações que já com partilhei em outros textos). Aos poucos, também, fui percebendo que algumas coisas que eu ensinava já não faziam mais sentido pra mim. Comecei a questionar, a duvidar, a procurar respostas.

Essas experiências me fizeram repensar tudo sobre a minha fé. Não foi de uma hora pra outra, nem foi fácil. Mas entendi que acreditar em Deus não precisa significar seguir uma religião cheia de regras, medo e culpa. Hoje, acredito em um só Deus — um Deus bom, que quer que a gente viva com amor, justiça e compaixão.

Não sigo mais nenhuma igreja. Não porque eu ache que todas estão erradas, mas porque percebi que minha fé é algo entre eu e Deus. Minha mente e meu coração são o meu templo. Não preciso de um prédio ou de um título pra viver a espiritualidade.

Também aprendi que não faz bem fingir acreditar em algo só pra agradar os outros. A gente precisa ser honesto com o que sente. Fingir ter um tipo de fé é como usar uma máscara o tempo todo — cansa, machuca e nos afasta da verdade.

Não julgo quem pensa diferente. Cada pessoa tem sua jornada. Mas acredito que todos nós temos o direito de pensar por conta própria, de fazer perguntas, de mudar de ideia. Isso não é fraqueza — é coragem.

Hoje, minha fé é mais simples, mas também mais forte. Ela se baseia em fazer o bem, cuidar das pessoas, buscar a verdade e viver com integridade. E se isso for religião, então é essa que eu escolho.

E eu acho que todo mundo merece liberdade pra pensar, questionar e acreditar no que faz sentido pra si.

No fim das contas, o que importa é a verdade, a bondade e a coragem de ser você mesmo.

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